Chego a um ponto fundamental do meu próprio fazer literário. Tenho vontade de escrever sobre tudo. Milhares de assuntos borbulham na mente. Isso mesmo, a mente, o consciente, a razão. Ela tenta me convencer de que devo transpor ao papel uma séria análise sobre a situação politico-econômica do país em tempos de eleição, ou até mesmo uma denúncia de comportamentos presentes nas rodas da sociedade. Só que os anseios da alma ultrapassam as barreiras do inteligível, sucumbindo quaisquer tentativas do pensamento. O resultado disso é uma pasta com inúmeros textos inacabados, pois o mais importante lhes falta, a essência. Essência essa que hoje me faz mergulhar na metalinguagem com o único objetivo de a mim encontrar, já que a falta alheia traz com ela o vazio próprio. Contudo, a ausência mais profunda é a interior, mesmo que tudo não passe de uma partícula diminuta do que já foi. Mesmo que tudo seja insignificante diante do inexorável, se é que eleexiste. Prefiro parar por aqui. Nada faz sentido. Perdão. Talvez não haja mesmo fins para certos começos.
(Ouvindo: I can't live without your love - Dan Torres.)